segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Evitando a Saúde e Promovendo a Doença

“A maneira de influenciar e aumentar a demanda é maximizar as necessidades médicas para as quais a droga é indicada. Por exemplo, se o fabricante produz um antibiótico específico para determinada doença, a demanda é uma. Mas este antibiótico tem “amplo espectro de indicações”, a demanda se torna bem maior. A indústria de drogas usou esta estratégia, com relativo sucesso, mesmo sabendo que as conseqüências poderiam ser trágicas.” (LANDMANN, 1982: 41)

“No mesmo dia, o eletrocardiograma pode alterar-se na dependência da atividade do indivíduo e de outros fatores que afetam a atividade cardíaca (inclusive, o biorritmo). Em casos provados de insuficiência coronariana, o eletrocardiograma xvideos hd pode fornecer resultados negativos e anomalias eletrocadiográficas são encontradas em pacientes normais. O próprio eletrocardiograma de esforço (feito antes e depois de sobrecargas predeterminada) tem valor limitado na detecção de insuficiência coronariana.” (LANDMANN, 1982: 61)

“Embora com o aumento do número de cirurgias, tenha havido uma redução do nível de mortalidade pós-cirúrgica, é bem possível que essa melhora, que aqui ocorre, sobretudo nos hospitais privados, seja uma conseqüência de operações feitas em pacientes sadios, que têm naturalmente uma evolução pós-operatória melhor.” (LANDMANN, 1982: 151)


“A chamada medicina científica ignora totalmente os contextos sociais e econômicos envolvidos na causação da doença e tira da organização social o ônus pela enfermidade; ignora, por exemplo, a grande incidência de doenças em nossa área rural, devida unicamente a condições miseráveis de existência, inclusive de ausência de medidas sanitárias elementares, como água corrente e esgoto; ignora os imensos bolsões de pobreza designados bolsões de desastre de áreas urbanas, onde a mortalidade e a morbidade por causas sociais removíveis é uma conseqüência não de medidas individuais ou falta de atendimento médico, mas da defasagem entre o custo de alimentação e habitação, e salários, pela constante exposição a situações propícias à instalação de doenças e pelo baixo nível educacional.” (LANDMANN, 1982: 159 – 160)

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